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28 agosto 2010
24 agosto 2010
Ó Sr. Engenheiro, olhe que eu levo a mal...
Continuamos nas coisas particularmente irritantes, e desta vez quero falar daquelas pessoas que se chegam sempre à frente quando é para pagar a conta do jantar. Como diz o povo, isto só neste país. Nos Estados Unidos, por exemplo, é comum e perfeitamente aceitável dividir a conta a meias, cada um paga a sua parte e todos ficam contentes. Mas em Portugal não, porque alguma mente iluminada lembrou-se de lançar a moda de que fica bem oferecer-se para pagar a conta.
Mostra riqueza, ostentação, coisas do género. Mas vejamos, se há dois milhões de pobres em Portugal, então há quatro quintos da população portuguesa que se podem dar ao luxo de pagar a conta de vez em quando. É alguma coisa de especial? Não, é banalíssimo! E aliás, mesmo dos dois milhões de pobres acredito que haja para aí um milhão que insiste em pagar a conta mesmo não podendo. Se isto é mostrar riqueza, não estaremos já todos ricos afinal?
OK talvez esteja a ser um bocado injusto com a maioria da população. Porque normalmente o acto de pagar a conta pressupõe um certo quid pro quo, desta vez pago eu, da próxima vez pagas tu. E enquanto correr assim, tenho que dar a mão à palmatória, por mim tudo bem, não tenho nada contra. Problema nº 1: ninguém realmente conta as vezes que cada um paga, e ai de quem contar porque fica logo mal visto. Problema nº 2: há certas pessoas que nunca contam e pagam sempre! Não estou propriamente a falar de pessoas que ganhem muito mais que eu (e mesmo se estivesse!), estou a falar de pessoas como eu e tu e toda a gente que tem o mínimo necessário para poder ler este blog. E com estas pessoas é impossível lidar: elas chegam-se sempre à frente, elas têm sempre o vocabulário na ponta da língua ("deixa estar", "já está tratado", "eu insisto", "eu faço questão", "ah, nem penses nisso", "guarda lá a carteira"), elas lançam charme para cima do empregado porque é sempre o dinheiro deles que ele aceita, nunca o nosso. E no fim, sorriem satisfeitos, olhando para nós que estamos cheios de vergonha e sentimentos de culpa, só faltando mesmo o riso maquiavélico no final: AH AH AH AH! CONSEGUI! MAIS UMA VEZ CONSEGUI! MAIS UMA EM QUE NÃO VOS DEIXO PAGAR A CONTA! AH! AH! AH! AH! AH!
Que raio de sociedade é esta que nos faz sentirmo-nos culpados por ficarmos com o dinheiro para nós? Se a outra pessoa se ofereceu para pagar de livre e espontânea vontade, porque nos sentimos mal com isso? Mas a sociedade é assim, e por isso temos que arranjar subterfúgios para conseguirmos pagar a conta à frente dos outros. Técnica nº 1: chamar o empregado e pagar sem que nenhum dos outros se tenha apercebido. Técnica nº 2: ser o primeiro a puxar da carteira, ter sempre dinheiro trocado à mão, ou então puxar logo de uma nota ou do cartão enquanto os outros procuram pelos trocos. Técnica nº 3, em último caso: tentar dar um argumento convincente, do tipo "na minha terra pago eu, quando estivermos na tua terra pagas tu", mas nem sempre funciona. E cuidado, há sempre algum risco em usar estas técnicas com as pessoas que pagam sempre, porque elas podem ficar visivelmente chateadas connosco.
Eu confesso, eu devo conseguir pagar a conta em 10% das vezes em que me vejo nesta situação. Não é que não me chegue à frente, mas ou não sou suficientemente rápido, ou não sou suficientemente convincente, e sobretudo porque não gosto de discussões ad aeternum do tipo "Ora essa, pago eu / Ora essa, deixe estar / Não, desta vez pago eu / Homem, deixe estar isso / Não não, eu insisto", por isso, se a pessoa insistir em pagar pela segunda vez, eu simplesmente... deixo-a. Sim, corro o risco de que comecem a olhar para mim de lado e a pensar "é pá, este gajo vem sempre comer connosco e nunca paga a conta...", mas estou de consciência tranquila, afinal o que querem que eu faça?
É que esta gente que se oferece sempre para pagar é particularmente irritante! Eu imagino o que aconteceria se duas dessas pessoas tivessem de partilhar um jantar...
Bónus: isto faz-me lembrar algumas memórias bem antigas, de quando eu tinha 7 ou 8 anos. As discussões que a minha avó tinha com as minhas tias-avós porque estas lhe queriam pagar não sei o quê e a minha avó não queria aceitar. Primeiro, elas punham o dinheiro nas mãos uma da outra, mas nenhuma delas o queria, aos gritos de "Toma lá! / Não quero nada disso! / Ó mulher, toma lá o dinheiro! / Não quero!". Depois, tentavam esconder a nota bem dobrada no bolso uma da outra, mas depois a outra descobria e era ela que ia tentar meter a nota no bolso da primeira. Por fim, as minhas tias olhavam para mim e para a minha irmã mais nova e davam-nos o dinheiro a nós, e eu diria que 1 em cada 4 vezes a minha avó ainda ia buscar o dinheiro e tentar devolver-lhes, mas a maior parte das vezes a coisa resultava, e eu e a minha irmã é que ganhávamos. $$$$$ :D
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